Quando pensamos no sabor de algo, nem sempre nos vem a mente que isto terá um impacto no nosso organismo. Cada erva, cada planta, tem um, ou mais sabores que lhes confere características medicinais próprias. Estes sabores podem curar tudo o que for necessário e têm influência direta na capacidade curativa que uma planta pode apresentar, mas não necessariamente são reconhecidos da mesma forma, pelo nosso paladar.
Mas vamos explicar isso melhor 😉
Uma erva com sabor doce, pode não ser doce ao paladar.
Ou seja, os sabores das ervas determinam as qualidades energéticas que elas desempenham e não necessariamente, o seu gosto ao serem ingeridas.
Todas as ervas medicinais se apresentam em 6 sabores básicos: doce, amargo, picante, ácido, salgado e adstringente.
Alguns textos também falam sobre a existência do sabor neutro, mas este não existe sem estar associado a outros sabores e sua presença é muto sutil. Dessa forma, vamos deixar este de lado, por hora.
Assim prosseguindo, uma erva pode ser doce ou amarga ou doce e ácida, talvez picante e amarga ou ainda picante, doce e adstringente, etc.
De fato, os sabores podem curar tudo por que todas as combinações são possíveis, mas a presença (ou ausência) de algum destes seis tipos, vai determinar o papel terapêutico que uma erva medicinal pode desempenhar.
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Cada sabor representa uma qualidade medicinal.
Assim, sempre é muito importante conhecer qual o sabor, ou os sabores, das ervas medicinais que queremos usar, para confirmar se elas serão capazes de oferecer os recursos medicinais que necessitamos.
Vamos ver agora as propriedades de cada um dos sabores e o que eles promovem em nosso organismo.
DOCE
As ervas de sabor doce podem curar porque têm a mesma natureza do corpo humano e sua ação faz crescer todos os tecidos do corpo. Ativa a longevidade e atua em todos os 5 sentidos, na mente, e da força e melhora a compleição.
Este sabor ajuda a neutralizar envenenamentos e alivia secura e sensações de queimação. Promove a saúde do cabelo e da pele e melhora a qualidade da voz e da energia geral do organismo.
Seu uso em excesso promove a obesidade, flacidez e letargia.
Exemplo de ervas de sabor (predominantemente) doce:
Alcaçuz, Abacate, Pedra Ume Caá, Ginseng e Malva (clique nos nomes para saber mais sobre cada uma destas ervas).
ÁCIDO
Este sabor melhora o paladar dos alimentos, estimula o fogo digestivo, confere resistência ao corpo, revigora, desperta a mente, confere precisão aos 5 sentidos, aumenta a força, elimina gases, dá contentamento ao coração, promove a salivação, melhora a deglutição, hidrata e digere alimentos, além de melhorar a capacidade nutritiva do que é ingerido. Também promove o metabolismo e a circulação.
Seu uso em excesso provoca sensibilidade nos dentes, desidratação, arrepios e eleva as toxinas no sangue.
Exemplo de ervas de sabor ácido:
Limão, Graviola e Crataego (clique nos nomes para saber mais sobre estas ervas).
SALGADO
Este sabor podem curar porque promovem a digestão, a hidratação e ativa o fogo digestivo. Atua como um laxativo, desobstruente e sedativo.
Alivia massas endurecidas, contrações e dissolve acúmulos. Promove a salivação, liquefaz acúmulos de umidade, limpa os vasos, amacia todos os órgãos do corpo e confere sabor aos alimentos.
Seu excesso leva a estagnação do sangue, provoca sede, pode estimular desmaios e sensação de queimação e promover a erosão e perda muscular.
Exemplo de ervas de sabor salgado:
Gergelim, Cálcio de Ostra, Fucus e Chlorella (clique nos nomes para saber mais sobre estas ervas).
PICANTE
O sabor picante limpa o paladar, incrementa o fogo digestivo, dissolve secreções nasais, clareia os sentimentos e estimula a lacrimejação.
Trata o torpor intestinal, reduz a obesidade, reduz o inchaço abdominal e remove o excesso de líquidos do organismo. Também confere gosto aos alimentos, alivia coceiras, elimina parasitas intestinais, move o sangue e dissolve coágulos, libera obstruções, abre os vasos e dissolve umidades.
Seu uso em excesso pode promover o enfraquecimento da virilidade, desmaios e prostração, perda de consciência e tonturas. Também pode provocar queimação na garganta e sensação de queimação em todo o corpo, aumento da sede e diminuição da força.
Exemplo de ervas de sabor picante:
Gengibre, Pimenta Preta, Agrião, Guaco e Canela (clique nos nomes para saber mais sobre estas ervas).
AMARGO
Apesar deste sabor agradar a poucas pessoas, quando nos referimos a questões que envolvam o paladar, as ervas amargas são capazes de desintoxicar o organismo, agir como bactericida, eliminar vermes e parasitas intestinais, aliviar sensação de queimação e coceiras, diminuir a sede e alivia inflamações da pele.
O sabor amargo “enxuga a pele e os músculos, diminui a temperatura interna, aliviando febres, promove a digestão e o fortalecimento do fogo digestivo, remove acúmulos de gordura corporal, purifica o organismo e remove acúmulos através da medula, linfas, suor, urina e evacuação.
Seu uso em excesso pode ressecar o organismo.
Exemplo de ervas de sabor amargo:
Carqueja, Alcachofra, Picão Preto, Boldo do Chile e Cardo Mariano (clique nos nomes para saber mais sobre estas ervas).
ADSTRINGENTE
Este sabor é sedativo, interrompe diarreia, auxilia nas dores das juntas, promove a cicatrização de feridas e machucados, estanca hemorragias e promove a absorção dos fluidos corpóreos.
Este sabor sempre está associado a um outro sabor. Não existe nenhuma erva que seja exclusivamente adstringente.
Em excesso, seu uso pode causar secura na boca, desconforto no coração, constipação, enfraquecimento da voz, escurece a pele, obstrui os canais circulatórios, causa envelhecimento precoce e enfraquecimento geral do corpo.
Exemplo de ervas de sabor adstringente:
Hamamélis (que também é amarga), Hibisco (que também é doce), Sálvia (que também é picante), Pata de Vaca e Tansagem (clique nos nomes para saber mais sobre estas ervas).
Todas ervas tem sabores que tudo podem curar e existe também o que é chamado de “sabor de entrada”, conhecido no Ayurveda como: Rasa.
Mas também contam com um sabor de saída, chamado de efeito pós-digestivo. Esse efeito, conhecido no Ayurveda como Vipaka, é o chamado sabor residual. Ou seja, o sabor final da erva após a sua digestão e este nem sempre é igual ao seu sabor inicial.
Mas meu amigo(a), isso já é assunto para um novo post! 😀
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