Cerca de 1% da população mundial tem alergia a glúten.
De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), no ano de 2021, estimou-se que cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil tenham doença celíaca.
Esta é causada pela intolerância permanente ao glúten, uma proteína encontrada em grãos como trigo, centeio e cevada.
O glúten é responsável por dar elasticidade aos alimentos e ajudá-los a manter sua forma.
No entanto, em pessoas com doença celíaca, o glúten desencadeia uma reação imunológica que ataca o revestimento do intestino delgado, causando inflamação. Isso pode levar a uma série de sintomas, como diarreia, dor abdominal, inchaço, perda de peso e fadiga.
Além dos sintomas digestivos, a doença celíaca também pode afetar outras partes do corpo, incluindo a pele, o fígado e o sistema nervoso.
Sem tratamento adequado, a doença pode levar a complicações graves como anemia, osteoporose, doenças autoimunes, diabetes tipo 1, tireoidite de Hashimoto, doença de Addison, abortos espontâneos, atraso no crescimento e desenvolvimento em crianças, problemas de fertilidade e até mesmo câncer.
O tratamento médico convencional envolve a exclusão completa do glúten da dieta.
Para muitas pessoas, essa mudança pode ser altamente eficaz na redução dos sintomas e na prevenção de complicações a longo prazo.
Mas algumas pessoas seguem sentindo os sintomas mesmo com uma dieta restrita e isso pode acontecer por alguns fatores, um deles é a contaminação cruzada.
A falta de cuidado ao produzir o alimento e deixar que ele entre em contato com traços de glúten, mesmo que em pequenas quantidades, podem irritar o sistema de uma pessoa celíaca.
Também há pessoas (a maioria delas) que sentem os mesmos sintomas, porém, não são diagnosticadas como celíacos, mesmo após fazerem o teste, são aquelas que sofrem com sensibilidade ao glúten.
Você sabe por que isto acontece?
Como já comentei, o glúten é a proteína responsável por dar forma aos pães e massas, e esta característica elástica traz muita dificuldade ao corpo na hora de fazer sua eliminação.
É um alimento pesado e de difícil digestão.
Ao ser ingerido, o glúten se comporta como uma cola, grudando nas paredes dos intestinos, o que requer do corpo muita energia para fazer sua eliminação.
O acúmulo de glúten pode levar a alergias e irritações e a diminuição do fogo digestivo, chamado de agni, na visão da medicina ayurvédica, e o acúmulo de toxinas, chamado de ama também na visão ayurvédica. Este efeito nocivo do glúten pode ser sentindo também em pessoas que estejam com sua energia enfraquecida ou sofram com alguma debilidade de um órgão, como por exemplo o fígado, o estômago e o baço, órgãos responsáveis pela digestão de acordo com a medicina chinesa.
Outro problema relacionado a alimentação pouco observado, são os fungos presentes nas farinhas.
Os fungos irritam principalmente o fígado, que pode apresentar sintomas nem sempre relacionados diretamente a ele pela perspectiva da medicina convencional.
As micotoxinas são um problema de saúde pública em todo o mundo e os efeitos no corpo humano podem incluir toxicidade aguda como vômitos, diarreia e dor abdominal, bem como toxicidade crônica, incluindo doenças hepáticas, danos renais, câncer e distúrbios neurológicos.
Existem vários casos graves de intoxicação por micotoxinas em humanos associados ao consumo de alimentos contaminados.
Um exemplo é o surto de intoxicação alimentar na Líbia em 2018, que afetou mais de 800 pessoas e resultou em pelo menos 11 mortes. Acredita-se que a contaminação ocorreu devido ao uso de farinha de trigo importada da Ucrânia, que continha altos níveis de toxina alimentar aflatoxina.
A exposição a longo prazo a níveis elevados de aflatoxina pode levar a doenças graves, incluindo câncer de fígado.
Há muitos estudos que sugerem que o estresse pós-traumático (EPT) pode estar associado ao desenvolvimento de doenças autoimunes, incluindo a doença celíaca.
Um estudo publicado na revista Journal of Affective Disorders em 2018 mostrou que pacientes com EPT tinham maior probabilidade de apresentar doença celíaca do que indivíduos sem EPT.
Ouro estudo, liderado pelo Dr. Huan Son, pesquisador da Universidade da Islândia analisou diagnósticos de 1981 a 2013 e observou que indivíduos que passaram por estresse pós-traumático tiveram maiores chances de desenvolver doenças autoimunes.
Levando em consideração estes fatores, percebesse que as causas da doença celíaca podem ser genéticas, ambientais e também emocionais.
Portanto, é prudente que ao formularmos um tratamento, levemos em conta todas as influências destes fatores.
Na minha experiência, posso dizer que a fitoterapia ajuda a reorganizar o corpo para atenuar estes sintomas, e muitas vezes até é possível cessá-los. Isto por que ao fazermos a avaliação, levamos em conta muitas causas por vezes não relacionadas, e isto faz toda diferença.
No tratamento fitoterápico busca-se ter o mínimo ou nenhum efeito colateral (isso se feito por um bom profissional, ok?) e essa é uma das vantagens para pessoas que sofrem de doenças autoimunes, por que o sistema já está em um estado de anormalidade, é errado agravar mais esta situação.
O fato é que celíacos ou intolerantes ao glúten podem se beneficiar, e muito, com o uso de uma formulação à base de ervas medicinais, melhorando, assim, sua qualidade de vida.
A fitoterapia aliada a indicações alimentares de um profissional especializado pode fazer diferença em sua vida.